quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A consciencia da morte nos desperta para a vida



Ultimamente tenho sido acometida, todas as segundas feiras quando acordo para começar minha semana, com um estranho pensamento. Digo a mim mesma: "Meu Deus, mais uma semana se passou, a vida tem passado rápido demais, preciso aproveitá-la melhor! A cada dia que passa, é um dia a menos de vida que tenho!"

Num primeiro instante isso me soa engraçado, mas se paro para levar a sério minha angústia sobre o tempo, percebo uma ansiedade de vida em mim que não tem sido preenchida. E quando falo sobre isso aos meus amigos, percebo um sorriso mas, ao mesmo tempo, certo ar de preocupação e reflexão. Acredito que pensar na morte deva ser uma necessidade de todos nós. Não pensar de forma mórbida, nem tornar isso uma obsessão, mas a consciência de que nossa vida é limitada faz com que olhemos para ela com mais carinho e responsabilidade.

Pensar na vida com a consciência de seu limite e na morte como algo inexorável faz com que nossos corações se aquietem diante das exigências do dia a dia. Vivemos em uma sociedade onde a imagem pública e o status social são de tal forma valorizados que perdemos a noção de nossos próprios limites para cumprir algumas regras que, se pensarmos bem, não tem nenhum valor ou significado. Não precisamos passar perto da morte para acordar ou despertar para a vida. Apenas a consciência real de sua existência pode causar uma transformação na relação que mantemos com a vida.

Existem algumas pesquisas em que foram constatadas uma série de efeitos e transformações em pessoas que tiveram esse lampejo ou expansão de consciência, ou mesmo em pessoas que passaram por experiências de quase morte: o medo diminui, surge uma aceitação mais profunda da morte, um maior interesse em ajudar os outros, a importância do amor é amplificada, a matéria toma uma importância relativa e há um aumento na certeza da existência de uma dimensão espiritual e seu significado.

Mesmo crises geradas por graves doenças nos levam a essa expansão de consciência e provocam grandes transformações nas vidas dos acometidos. Há que se pensar com seriedade nesse assunto, porque isso nos leva a experimentar a humildade e  maior receptividade a qualquer prática espiritual.

Certamente, abrindo espaços para essas novas possibilidades, caminhamos diretamente para o encontro da verdadeira cura. Porque, na verdade, se pensarmos bem, todos estamos morrendo, um pouco a cada dia.

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About Me

Eunice Ferrari reside em São Paulo, é psicoterapeuta, astróloga, ocultista, consultora, coordenadora de cursos e praticante de ioga e meditação. Graduada em Comunicação e Artes, é especialista em Psicoterapias Corporais Neo Reichianas pelo Ágora (Núcleo de Estudos Neo Reichianos), Brasil/Alemanha, e pela Sobab (Sociedade Brasileira de Análise Bioenergética), filiada ao International Institute of Bioenergetic Analysis, Nova York, de Alexander Lowen, É formada ainda em Terapia Sacro Craniana e em massagem e relaxamento na metodologia de Phetö Sandor. Terapeuta Somática em formação pelo Instituto Brasileiro de Biossíntese e membro do International Institute for Biosynthesis of Zurich Switzerland. Também é colaboradora da editora Qualidade de Vida, criadora e locutora de CDS de meditação e poder mental. Para falar com Eunice Ferrari escreva para eunice.ferrari@terra.com.br