sábado, 22 de setembro de 2012

Sobre a dor da morte


“A morte pertence à vida, como pertence o nascimento. O caminhar tanto está em levantar o pé como em pousá-lo no chão. -  Tagore – Pássaros errantes, CCXVII

Morte.
O que dizer a uma pessoa no momento em que a dor da perda retalha sua alma?
No momento em que perdemos um ente querido, sentimos como se um membro nos fosse arrancado, tamanha a dor da separação. A dor é inevitável, e infelizmente ainda é através dela que crescemos, aprendemos, amadurecemos.
Gostaria de humildemente tentar ajudar a dirimir, mesmo que de maneira ínfima, a dor de pessoas que, neste momento sofrem com a perda de um amor, um ente querido, seja esta qual for.
Se você está neste momento passando por uma situação de perda e morte, é natural e legítimo o seu pesar e sofrimento. E sentir que o mundo perdeu seu significado, tornou-se vazio que a vida perdeu seu valor, também é compreensível e válido, mas saiba que, esse sentimento tem um tempo de duração e você deve estar atento a esse tempo. É claro que a saudade sempre estará presente, mas com o passar dos anos, ela será naturalmente colocada no cantinho mais caro de seu coração. Naturalíssimo é o vosso pesar e arrebatamento, mas conforme o tempo passa você deve tentar compreender o verdadeiro sentido da morte.
Acredito que se algumas coisas forem esclarecidas, muito do sofrimento poderá ser evitado quando a inevitabilidade do enfrentamento se fizer presente. Carregamos durante séculos um acúmulo de falsas crenças que nos têm causado inúmeros males e muita dor. E se pudermos compreender que na verdade a existência da morte é fruto de nossa ignorância, este sim seria o maior benefício que poderíamos prestar a nós mesmos.
Os ensinamentos teosóficos podem nos trazer uma maior capacidade de compreensão da morte e diminuição dos nossos sofrimentos. Vivemos por muitos séculos presos à idéia de um mundo materialista e compartimentado, uma visão cartesiana da realidade. Hoje a idéia de mundo é mais orgânica, ou seja, o planeta e o Universo são compreendidos como um grande organismo onde tudo é conectado, do qual fazemos parte. Portanto, seria interessante avaliarmos, sob esse novo paradigma, a idéia da morte e do morrer. Quando conseguirmos observar a nós mesmos, isentos da materialidade que nos aprisiona, poderemos perceber a morte como parte natural de um processo evolutivo que continua em outra dimensão. Uma dimensão existente, mas incompreensível porque infelizmente, nossos limitados sentidos ainda não nos permite compreender. Pouca coisa termina com a morte e muita coisa sobrevive. Nossa dor na verdade é a dor da separação, da inevitabilidade e da impotência que vivemos quando perdemos alguém que amamos. Nosso apego, mesmo energeticamente falando é muito forte, nossos corpos mais sutis estão acostumados à influência e troca com os corpos de nossos seres amados. Há uma troca energética e natural, afinal estamos conectados através de nossas emoções e pensamentos. E quando essa energia nos deixa, a dor nos acompanha por algum tempo, uma dor que como ondas se reflete em todos os nossos corpos, físicos e não físicos. Por algum tempo, não temos muito que fazer a não ser viver intensamente essa dor; ela é inevitável. Algumas pessoas precisam de maior tempo para poder elaborar essa perda, outras elaboram com maior facilidade, e isto nada tem a ver com o tamanho e qualidade de amor que sentem pelo ente que partiu. Existe uma crença, uma falsa crença devo dizer que a medida de nossa dor é proporcional à medida do amor que sentimos. Saiba que em nada beneficiamos o ente falecido com a nossa dor e apego. É muito importante saber que uma pessoa que morre passa para uma vida superior e mais feliz do que esta, e que certamente terá continuidade a uma outra ainda mais gloriosa no mundo astral superior. Não devemos nos esquecer nem por um minuto que nosso corpo físico abriga nossa alma e que a passagem por este plano faz parte de sua jornada. O maior benefício que você poderá prestar ao seu ente querido e a maior prova de amor que poderá dar a ele é a prática da oração. A oração e o pensamento amoroso sempre chegam até ele e o auxiliam. Sua oração e pensamento deve ser firme e direta, visualizando essa pessoa como se ela estivesse bem à sua frente. A oração funciona como um fio condutor de eletricidade e inevitavelmente chega até seu objetivo. A Igreja Católica possui uma pequena oração, mas de significado grandioso que diz o seguinte:
“Réquiem eternam dona ei. Domine et lux perpetua inceat ei”, que quer dizer: “Dai-lhe, ó Senhor, o descanso eterno, e ilumine-o, a Luz perpétua”.
Essa pequena oração tem extraordinário efeito e certamente se você a fizer diariamente direcionada a seu ente querido, sua ação estará de acordo com a maior lei que rege este Universo que é a lei de causa e efeito. Sua ação positiva inevitavelmente causará uma reação da mesma forma positiva. E ambos, você e seu ente querido poderão encontrar a paz.


About Me

Eunice Ferrari reside em São Paulo, é psicoterapeuta, astróloga, ocultista, consultora, coordenadora de cursos e praticante de ioga e meditação. Graduada em Comunicação e Artes, é especialista em Psicoterapias Corporais Neo Reichianas pelo Ágora (Núcleo de Estudos Neo Reichianos), Brasil/Alemanha, e pela Sobab (Sociedade Brasileira de Análise Bioenergética), filiada ao International Institute of Bioenergetic Analysis, Nova York, de Alexander Lowen, É formada ainda em Terapia Sacro Craniana e em massagem e relaxamento na metodologia de Phetö Sandor. Terapeuta Somática em formação pelo Instituto Brasileiro de Biossíntese e membro do International Institute for Biosynthesis of Zurich Switzerland. Também é colaboradora da editora Qualidade de Vida, criadora e locutora de CDS de meditação e poder mental. Para falar com Eunice Ferrari escreva para eunice.ferrari@terra.com.br