domingo, 14 de outubro de 2012

A mente, segundo o budismo


Abrir uma brecha em nossa mente e entrar em profundo contato com a consciência do presente requer uma atitude dificílima para todos nós: o desapego.
No budismo tibetano a mente é considerada como a base universal da experiência, criadora da felicidade e do sofrimento. Nessa filosofia, ela se divide em muitos aspectos, mas principalmente em dois: a mente ordinária chamada sem, que na teosofia seria o corpo mental inferior e rigpa a consciência primordial ou corpo mental superior. Sem é dualista, discursiva, pensante, precisa de um ponto de referencia externo para funcionar. Através dela pensamos, planejamos, manipulamos, expressamos as avalanches de emoções que nos absorvem e também os pensamentos negativos e que continuamos validando sua existência a partir da fragmentação e conceitualização das experiências. É ela quem cria e alimenta nossa instabilidade, pois é sempre presa às influencias externas, aos nossos maus hábitos e condicionamentos. Os mestres dizem que sem é como a chama de uma vela em meio a uma corrente de vento, instável e vulnerável. Sua energia é consumida se lançando aos acontecimentos exteriores. É dentro desse ambiente mental que passamos pelas experiências de dor, mudanças e transformações.
Já a essência mais profunda da mente é de natureza absoluta e intocável pelas mudanças e crises a que todos nós estamos sujeitos e vulneráveis. Na verdade, rigpa, a outra qualidade da mente, está obscurecida pela correria do dia a dia e pelos nossos pensamentos e emoções. Mas, da mesma maneira que uma rajada de vento pode dissipar as nuvens e revelar a luz do sol, algumas práticas especiais ou algum lampejo de inspiração podem nos revelar vislumbres dessa mente superior. É claro que esses vislumbres possuem diferentes graus e profundidade, mas, por menos que seja a experiência, trará a qualquer um de nós maior entendimento, significado e sensação de liberdade. Rigpa é a consciência primordial pura e ao mesmo tempo é inteligente, criativa, cognitiva e desperta. Ela é a própria consciência do conhecimento.
A prática diária da meditação possibilita, com o tempo, o controle da mente inferior e o contato mais efetivo com a mente superior, possibilitando assim a expansão de nossas consciências, bem como um estado de maior equilíbrio e bem estar em nossas vidas diárias. Qualquer técnica é bem vinda. Procure uma que se adéqüe à sua personalidade e temperamento e pratique!

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About Me

Eunice Ferrari reside em São Paulo, é psicoterapeuta, astróloga, ocultista, consultora, coordenadora de cursos e praticante de ioga e meditação. Graduada em Comunicação e Artes, é especialista em Psicoterapias Corporais Neo Reichianas pelo Ágora (Núcleo de Estudos Neo Reichianos), Brasil/Alemanha, e pela Sobab (Sociedade Brasileira de Análise Bioenergética), filiada ao International Institute of Bioenergetic Analysis, Nova York, de Alexander Lowen, É formada ainda em Terapia Sacro Craniana e em massagem e relaxamento na metodologia de Phetö Sandor. Terapeuta Somática em formação pelo Instituto Brasileiro de Biossíntese e membro do International Institute for Biosynthesis of Zurich Switzerland. Também é colaboradora da editora Qualidade de Vida, criadora e locutora de CDS de meditação e poder mental. Para falar com Eunice Ferrari escreva para eunice.ferrari@terra.com.br