quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A dor coletiva, um momento de transição

Já se passaram 20 anos quando ouvi pela primeira vez o nome “portal”, que devo confessar, naquela época não compreendi direito seu significado. Esse nome foi citado por um mentor espiritual, que costumava estar presente em um grupo de orações para o coletivo que eu fazia parte. Foi-nos dito que seriam 20 anos de provações e que, ano após ano, alguns portais seriam abertos e fechados consequentemente. Tudo era subjetivo demais para uma astróloga sagitariana, mente científica, intuitiva sim, mas pouco conectada com o lado místico que a vida me oferecia naquele momento. Não que isso tenha mudado muito em mim, mas diante dos acontecimentos que tenho presenciado diariamente, não me permito mais negar a existência de algo que nossa mente ainda pouco desenvolvida possa compreender. A última semana, a partir exatamente do dia 26, lua nova em escorpião, o signo das transformações, as notícias começaram a chegar, uma após a outra. Todas terríveis, vindas de pacientes, familiares e desconhecidos. Provações individuais, mas pelo número de pessoas atingidas pelo sofrimento, inegavelmente coletivas. Doenças graves, físicas e psíquicas, sérios problemas financeiros, mortes e perdas difíceis, confusão, dores e infelicidades. A dor é coletiva. A Europa despenca a cada dia e a pobreza se instala em famílias que até então viviam com tranquilidade. As perdas são presentes em todas as casas. Hoje posso dizer que não conheço uma só família que não esteja enfrentando um problema grave, como os acima citados. Estamos em 2011, século XXI e pertencemos a uma civilização que caminha cegamente e sem rumo, em busca de algo perdido ou nunca encontrado. Plutão passa por Capricórnio, signo de estruturas desde 2008. É certo e sabido a todos os astrólogos que estruturas se romperiam, despencariam a partir desse ano. A crise americana marcou esse início. Sabemos todos que necessariamente as dores chegam em conseqüência das perdas. Me utilizando de um termo usado por Eckhart Tolle, autor de “O poder do agora”, o corpo de dor, posso afirmar que um corpo de dor individual, passa a ser coletivo quando muitos corpos de dor se unem num só sofrimento. Tal sofrimento se impregna na psique coletiva e como podemos constatar através das noticias que temos contato todos os dias, é aumentado progressivamente. Dessa forma o corpo de dor coletivo se renova e continuará se renovando a cada dia, pois ele sobrevive se alimentando da própria dor. A promessa de Aquário continua em pé, pois a roda da vida, na qual estamos todos atados continua girando incessantemente. No entanto, a prometida Era de Ouro certamente ainda está bastante distante e pelo “andar da carruagem” ainda temos muito trabalho pela frente. É inegável que vivemos um chamado para a abertura e despertar de uma nova consciência, que se expande a cada dia. Einstein foi o melhor cérebro que passou por aqui e somente 12% desse cérebro era utilizado. O ser humano médio utiliza 9% dele. A caminhada é longa. Ainda faltam 91% para ser descobertos por nós. Cérebro e consciência, na maioria das vezes caminham juntos. Não são as mesmas coisas, mas expandindo um, o outro também se expande. Nossa única saída é a mudança consciente que somente a abertura ao sagrado que vive dentro de nós pode permitir. A paz que todos procuramos pode começar com alguns momentos de solidão auto imposta e reflexão, seguidos de meia hora de meditação. O mundo está desabando. Valores construídos por instituições estabelecidas para manter o poder e dirimir nossos medos perdem o sentido e despencam um pouco mais a cada dia. Estamos todos perdidos, mas não devemos desistir de encontrar valores mais verdadeiros e condizentes com uma nova realidade que necessariamente devemos criar.

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About Me

Eunice Ferrari reside em São Paulo, é psicoterapeuta, astróloga, ocultista, consultora, coordenadora de cursos e praticante de ioga e meditação. Graduada em Comunicação e Artes, é especialista em Psicoterapias Corporais Neo Reichianas pelo Ágora (Núcleo de Estudos Neo Reichianos), Brasil/Alemanha, e pela Sobab (Sociedade Brasileira de Análise Bioenergética), filiada ao International Institute of Bioenergetic Analysis, Nova York, de Alexander Lowen, É formada ainda em Terapia Sacro Craniana e em massagem e relaxamento na metodologia de Phetö Sandor. Terapeuta Somática em formação pelo Instituto Brasileiro de Biossíntese e membro do International Institute for Biosynthesis of Zurich Switzerland. Também é colaboradora da editora Qualidade de Vida, criadora e locutora de CDS de meditação e poder mental. Para falar com Eunice Ferrari escreva para eunice.ferrari@terra.com.br